Pesquisa sobre Criatividade em Contabilidade Gerencial: Visão Geral e Oportunidades de Pesquisa no Contexto Brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.17524/repec.v14i1.2565Palavras-chave:
Criatividade, Contabilidade Gerencial, Controle GerencialResumo
Criatividade representa fonte de vantagem competitiva para organizações e, por esse motivo, tem sido tema amplamente pesquisado em psicologia e administração (Speckbacher, 2017). Apesar da importância do tema, a ênfase predominante da pesquisa em contabilidade gerencial tem sido em examinar efeitos de sistemas de controle gerencial sobre desempenho dos indivíduos em tarefas rotineiras, ou seja, tarefas programáveis e repetítiveis (Brüggen, Feichter & Williamson, 2018). Apenas recentemente, a pesquisa em contabilidade gerencial começa a se preocupar com o efeito de controles gerenciais no desempenho em tarefas criativas as quais são de mais difícil previsibilidade e são não repetítiveis (Shields, 2015). No contexto brasileiro, em particular, estudos em contabilidade gerencial com ênfase em criatividade ainda são inexistentes. A importância em se entender o papel de controles gerenciais para estimular criatividade no ambiente de trabalho é permitir que sistemas de controle gerencial sejam desenhados de modo apropriado ao nível de criatividade desejado pelas organizações.
O propósito deste editorial é oferecer uma visão geral da pesquisa sobre criatividade em contabilidade gerencial e discutir oportunidades para pesquisas futuras no contexto brasileiro. Em particular, pretende-se abordar às seguintes questões: Como criatividade tem sido definida e operacionalizada na pesquisa em contabilidade gerencial? Controle e criatividade representam objetivos conflitantes? Quais controles gerenciais são examinados para explicar criatividade? Quais oportunidades de pesquisa existem sobre o tema no Brasil? A discussão em torno dessas questões é feita a partir de pesquisadores que têm dedicado particular atenção ao tema de criatividade, tais como, Michael Williamson, Isabela Grabner e Gerhard Speckbacher, em contabilidade gerencial, e Teresa Amabile e Robert Eisenberger, em psicologia e gestão.
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