A diversificação da dívida impacta o valor das empresas? Evidências do Brasil

Autores

  • Rodrigo Thirion Correia dos Santos Universidade de São Paulo - FEA/USP
  • Tatiana Albanez Universidade de São Paulo - FEA/USP

DOI:

https://doi.org/10.17524/repec.v18i4.3464

Palavras-chave:

Debt Structure, Capital Structure, Heterogeneity, Market Value, Agency Costs

Resumo

Objetivo: O objetivo principal deste estudo é investigar o impacto da diversificação da dívida no valor de mercado das empresas brasileiras listadas no período de 2010 a 2021.

Desenho/metodologia/abordagem: Foi utilizada uma amostra de 206 empresas brasileiras listadas no período de 2010 a 2021. Foram estimados modelos de regressão com dados em painel, sendo a variável dependente representada pelo valor de mercado das empresas por meio de três proxies diferentes e as variáveis explicativas por meio de três índices de heterogeneidade diferentes, além de variáveis de controle.

Originalidade: O uso de diferentes tipos de dívida é um fenômeno presente na realidade das empresas. No entanto, como essa característica da estrutura da dívida afeta o valor das empresas é um tema que precisa ser investigado a fundo em mercados emergentes, considerando suas especificidades. No Brasil, o mercado de crédito é caracterizado pela alta concentração bancária e pela presença significativa de bancos de desenvolvimento, além de um ambiente institucional com menor proteção ao credor e menores níveis de governança corporativa, criando um ambiente distinto daqueles abordados por estudos anteriores.

Resultados: Observou-se que, quanto maior a heterogeneidade da dívida das empresas, maior o valor de mercado das empresas, o que aponta para a importância da diversificação da dívida na mitigação dos custos de agência e no aumento da eficiência das empresas. Os resultados destacam a importância de considerar as características do mercado local na eficácia do monitoramento de credores.

Implicações práticas: Os resultados contribuem para o processo decisório de acionistas e gestores no mercado brasileiro, ao mostrar quais fatores podem maximizar investimentos e, consequentemente, aumentar o valor das empresas.

Biografia do Autor

Rodrigo Thirion Correia dos Santos, Universidade de São Paulo - FEA/USP

Rodrigo holds a BA in Accounting from the University of São Paulo (2017), a MSc in Accounting from the State University of São Paulo (2023). Rodrigo was a visiting student at Nova Business School Portugal 2016.

Tatiana Albanez, Universidade de São Paulo - FEA/USP

Professora do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP Doutora em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP

Referências

Albanez, T., & Schiozer, R. (2022). The signaling role of covenants and the speed of capital structure adjustment under poor creditor rights: Evidence from domestically and cross-listed firms in Brazil. Journal of Multinational Financial Management, 63, 100704.

Angrist, J. D., & Pischke, J. S. (2008). Mostly harmless econometrics. Princeton university press.

Albanese, R., & Van Fleet, D. D. (1985). Rational behavior in groups: The free-riding tendency. Academy of Management review, 10(2), 244-255.

Batten, J., & Vo, X. V. (2019). Determinants of bank profitability—Evidence from Vietnam. Emerging Markets Finance and Trade, 55(6), 1417-1428.

Bekaert, G., Harvey, C. R., & Lundblad, C. (2007). Liquidity and expected returns: Lessons from emerging markets. The review of financial studies, 20(6), 1783-1831.

Berger, P. G., & Ofek, E. (1995). Diversification's effect on firm value. Journal of financial economics, 37(1), 39-65.

Bolton, P., & Freixas, X. (2000). Equity, bonds, and bank debt: Capital structure and financial market equilibrium under asymmetric information. Journal of Political Economy, 108(2), 324-351.

Brunner, A., & Krahnen, J. P. (2008). Multiple lenders and corporate distress: Evidence on debt restructuring. The Review of Economic Studies, 75(2), 415-442.

Cameran, M., & Campa, D. (2020). Voluntary IFRS Adoption by Unlisted European Firms: Impact on Earnings Quality and Cost of Debt. The International Journal of Accounting, 55(03), 2050013.

Carletti, E., Cerasi, V., & Daltung, S. (2007). Multiple-bank lending: Diversification and free-riding in monitoring. Journal of Financial Intermediation, 16(3), 425-451.

Carvalhal, A., & Tavares, E. (2013). Does social responsability enhance firm value and return in Brazil. Corporate Ownership & Control, 10(2), 253-258.

Chen, H., Xu, Y., & Yang, J. (2021). Systematic risk, debt maturity, and the term structure of credit spreads. Journal of Financial Economics, 139(3), 770-799.

Colla, P., Ippolito, F., & Li, K. (2013). Debt specialization. The Journal of Finance, 68(5), 2117-2141.

Chung, K. H., & Pruitt, S. W. (1994). A simple approximation of Tobin's q. Financial management, 70-74.

Diamond, D. W. (1991). Monitoring and reputation: The choice between bank loans and directly placed debt. Journal of political Economy, 99(4), 689-721.

Eça, J. P. A., & Albanez (2021). A heterogeneidade da estrutura de dívida reduz o custo de capital de terceiros? Evidência para amostra de empresas brasileiras. 21° USP International.

Giannetti, C. (2019). Debt specialization and performance of European firms. Journal of Empirical Finance, 53, 257-271.

Ivashina, V., Iverson, B., & Smith, D. C. (2016). The ownership and trading of debt claims in Chapter 11 restructurings. Journal of Financial Economics, 119(2), 316-335.

Jadiyappa, N., Hickman, L. E., Jyothi, P., Vunyale, N., & Sireesha, B. (2020). Does debt diversification impact firm value? Evidence from India. International Review of Economics & Finance, 67, 362-377.

Jensen, M. C. (1986). Agency costs of free cash flow, corporate finance, and takeovers. The American economic review, 76(2), 323-329.

Jensen, M. C., & Meckling, W. H. (1976). Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of financial economics, 3(4), 305-360.

Jihadi, M., Vilantika, E., Hashemi, S. M., Arifin, Z., Bachtiar, Y., & Sholichah, F. (2021). The effect of liquidity, leverage, and profitability on firm value: Empirical evidence from Indonesia. The Journal of Asian Finance, Economics and Business, 8(3), 423-431.

John, K., Kaviani, M., Kryzanowski, L., & Maleki, H. (2018). Do Country-level Creditor Protections Affect Firm-level Debt Structure?. Fox School of Business Research Paper, (18-012).

Kadim, A., Sunardi, N., & Husain, T. (2020). The modeling firm's value based on financial ratios, intellectual capital and dividend policy. Accounting, 6(5), 859-870

Kumar, S., Colombage, S., & Rao, P. (2017). Research on capital structure determinants: a review and future directions. International Journal of Managerial Finance.

Lesmond, D. A. (2005). Liquidity of emerging markets. Journal of financial economics, 77(2), 411-452.

Lou, Y., & Otto, C. A. (2020). Debt heterogeneity and covenants. Management Science, 66(1), 70-92.

Nguyen, T., Locke, S., & Reddy, K. (2015). Does boardroom gender diversity matter? Evidence from a transitional economy. International Review of Economics & Finance, 37, 184-202.

Mansi, S. A., Qi, Y., & Wald, J. K. (2021). Bond covenants, bankruptcy risk, and the cost of debt. Journal of Corporate Finance, 66, 101799.

Martínez-Sola, C., García-Teruel, P. J., & Martínez-Solano, P. (2013). Corporate cash holding and firm value. Applied Economics, 45(2), 161-170.

Myers, S. C. (1977). Determinants of corporate borrowing. Journal of financial economics, 5(2), 147-175.

Park, C. (2000). Monitoring and structure of debt contracts. The Journal of finance, 55(5), 2157-2195.

Peixoto, F. M. (2012). Governança corporativa, desempenho, valor e risco: estudo das mudanças em momentos de crise.

Platikanova, P., & Soonawalla, K. (2020). Who monitors opaque borrowers? Debt specialisation, institutional ownership, and information opacity. Accounting & Finance, 60(2), 1867-1904.

Poetri, D. K., & Novriansa, A. (2022). Factors affecting firm value on non-fanancial firms in Indonesia during the pandemic COVID-19 (Doctoral dissertation, Sriwijaya University).

Póvoa, A. C. S., & Nakamura, W. T. (2015). Relevância da estrutura de dívida para os determinantes da estrutura de capital: um estudo com dados em painel. Revista Contemporânea de Contabilidade, 12(25), 03-26.

Rajan, R. G. (1992). Insiders and outsiders: The choice between informed and arm's‐length debt. The Journal of finance, 47(4), 1367-1400.

Rauh, J. D., & Sufi, A. (2010). Capital structure and debt structure. The Review of Financial Studies, 23(12), 4242-4280.

Schlingemann, F. P., Stulz, R. M., & Walkling, R. A. (2002). Divestitures and the liquidity of the market for corporate assets. Journal of financial Economics, 64(1), 117-144.

Stigler, G. J. (1974). Free riders and collective action: An appendix to theories of economic regulation. The Bell Journal of Economics and Management Science, 359-365.

Tobin, J. (1969). A general equilibrium approach to monetary theory. Journal of money, credit and banking, 1(1), 15-29.

Tran, L. T. H., Hoang, T. T. P., & Tran, H. X. (2018). Stock liquidity and ownership structure during and after the 2008 Global Financial Crisis: Empirical evidence from an emerging market. Emerging Markets Review, 37, 114-133.

Tripathy, A., & Uzma, S. H. (2022). Does debt heterogeneity impact firm value? Evidence from an emerging context. South Asian Journal of Business Studies, 11(4), 471-488.

Publicado

20-12-2024

Como Citar

Thirion Correia dos Santos, R., & Albanez, T. (2024). A diversificação da dívida impacta o valor das empresas? Evidências do Brasil. Revista De Educação E Pesquisa Em Contabilidade (REPeC), 18(4). https://doi.org/10.17524/repec.v18i4.3464