A OPINIÃO DE UM INFLUENCIADOR DIGITAL SE SOBREPÕE A UM RECONHECIMENTO CONTÁBIL ESPECÍFICO?

Autores

  • César Augusto Tiburcio Silva Universidade de Brasília, Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais.
  • Lyss Paula Oliveira UFMT

DOI:

https://doi.org/10.17524/repec.v19.e3582

Palavras-chave:

Mídias sociais, Influenciadores, Julgamento

Resumo

Objetivo: O estudo investiga a capacidade do influenciador digital de sobrepor sua opinião contrária ao reconhecimento contábil de um ganho e de uma perda.

Método: A pesquisa é um experimento, com a participação de 598 estudantes divididos em dois grupos: aqueles que acessaram apenas um trecho das notas explicativas de uma empresa e os que também assistiram um vídeo com a opinião de uma influenciadora digital sobre o evento. Ambos os grupos avaliaram os critérios adotados para reconhecer os ganhos e as perdas.

Resultados: Os dados foram analisados e os resultados evidenciam que os participantes que assistiram ao vídeo, em ambos os casos, foram mais propensos a discordar do reconhecimento contábil, tal como a opinião da influenciadora.

Contribuições: Isso demostra o poder de persuasão dos influenciadores, em um ambiente que envolva o reconhecimento de eventos que exigem o uso de julgamento contábil, sendo que o influenciador digital pode atuar como um decodificador da mensagem e sobrepor sua opinião a um conteúdo contábil específico. O estudo contribui à atuação dos reguladores que estejam dispostos a monitorar a atuação de influenciadores que emitem opinião acerca de assunto regulado pelo mercado financeiro.

Traduções deste artigo

Biografia do Autor

Lyss Paula Oliveira, UFMT

Doutora em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (UnB) (2023), Mestra em Ciências Contábeis pela FUCAPE Business School (2018), Graduação em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) (2008), Especialização em Direito Tributário pela Universidade Anhanguera - Uniderp (2011) e Especialização/MBA em Controladoria pela Universidade Anhanguera - Uniderp (2012). Atualmente é professora assistente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), na Faculdade de Administração de Ciências Contábeis, Departamento de Ciências Contábeis e cursa Doutorado em Ciências Contábeis na Universidade de Brasília/DF.

Referências

Abidin, C. (2015). Communicative intimacies: influencers and perceived interconnectedness. Ada: A Journal of Gender, New Media, and Technology, 8, 1–16. https://adanewmedia.org/2015/11/issue8-abidin/

Aharony, J., Barniv, R., Falk, H. (2010). The Impact of Mandatory IFRS Adoption on Equity Valuation of Accounting Numbers for Security Investors in the EU. European Accounting Review, 19 (3), 535-578. DOI: 10.1080/09638180.2010.506285

Axsom, D., Yates, S., Chaiken, S. (1987). Audience response as a heuristic cue in persuasion. Journal of Personality and Social Psychology, 53 (1), 30-40.

Bandura, A. (1977). Social learning theory. Englewood Cliffs. NJ: Prentice Hall.

Beyer, A., Cohen, D. A., Lys, T. Z., Walther, B. R. (2010). The financial reporting environment: Review of the recent literature. Journal of Accounting and Economics, 50 (2), 296–343.

Blankespoor, E., Miller, G. S., White, H. D. (2014). The Role of Dissemination in Market Liquidity: Evidence from firms’ use of Twitter. Accounting Review, 89(1), 79-112. https://doi.org/10.2308/accr-50576

Cade, N. L. (2018). Corporate social media: How two-way disclosure channels influence investors. Accounting, Organizations and Society. https://doi.org/10.1016/j.aos.2018.03.004

Casaló, L. V., Flavián, C., Ibánez‐Sánchez, S. (2018). Influencers on Instagram: Antecedents and consequences of opinion leadership. Journal of Business Research, https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2018.07.005

Chalmers, K., Clinch, G., Godfrey, J. M. (2011). Changes in value relevance of accounting information upon IFRS adoption: Evidence from Australia. Australian Journal of Management, 36 (2), 151–173. DOI: 10.1177/0312896211404571

Childers, C. C., Lemon, L. L., Hoy, M. G. (2018). #Sponsored #Ad: Agency perspective on influencer marketing campaigns. Journal of Current Issues & Research in Advertising, 1–17. https://doi.org/10.1080/10641734.2018.1521113

Debreceny, R. S. (2015). Social Media, Social Networks, and Accounting. Journal of Information Systems, 29 (2), 1-4. DOI: 10.2308/isys-10462

Deng, S., Huang, Z., Sinha, A. P., Zhao, H. (2018). The interaction between microblog sentiment and stock returns: An empirical examination. MIS Quarterly: Management Information Systems, 42 (3), 895–918. https://doi.org/10.25300/MISQ/2018/14268

Fernandes, J. D., Silva, G. D.; Vargas, S. B. (2021). Popular Reporting à Luz da Teoria da Comunicação: um ensaio teórico. Administração Pública e Gestão Social, 13(1).

Guindy, M. A. (2021). Corporate Twitter Use and Cost of Capital. Journal of Corporate Finance, 68, 101926. https://doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2021.101926

Healy, P. M., Palepu, K. G. (2001). Information asymmetry, corporate disclosure, and the capital markets: A review of the empirical disclosure literature. Journal of Accounting and Economics, 31 (1), 405–440. https://doi.org/10.1016/S0165-4101(01)00018-0

Jadad, A. R., Moore, A., Carrol, D., Jenkinson, C., Reynolds, D. J. M, Gavaghan, D. J., McQuay, H. J. (1996). Assessing the quality of reports of randomized clinical trials: Is Blinding necessary? Controlled Clinical Trials, 17, 1-12.

Jiménez-Castillo, D., & Sánchez-Fernández, R. (2019). The role of digital influencers in brand recommendation: Examining their impact on engagement, expected value and purchase intention. International Journal of Information Management, 49, 366–376. https://doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.07.009

Jia, W., Redigolo, G., Shu, S. Zhao, J. (2020) Can Social Media Distort Price Discovery? Evidence from merger rumors. Journal of Accounting and Economics. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2020.101334

Jung, M. J., Naughton, J. P., Tahoun, A., Wang, C. (2018). Do firms strategically disseminate? evidence from corporate use of social media. Accounting Review, 93 (4), 225–252. https://doi.org/10.2308/accr-51906

Keaveney, S. M., Parthasarathy, M. (2001). Customer switching behavior in online services: An exploratory study of the role of selected attitudinal, behavioral, and demographic factors. Journal of the Academy of Marketing Science, 29 (4), 374–390. https://doi.org/10.1177/03079450094225

Lee, L. F., Hutton, A. P., Shu, S. (2015). The role of social media in the capital market: Evidence from consumer product recalls. Journal of Accounting Research, 53 (2), 367–404. https://doi.org/10.1111/1475-679X.12074

Lei, L. G., Li, Y., Luo, Y. (2019). Production and dissemination of corporate information in social media: A review. Journal of Accounting Literature, 42, 29-43. https://doi.org/10.1016/j.acclit.2019.02.002

Li, D. H. (1963). The Semantic Aspect of Communication Theory and Accountancy. Journal of Accounting Research, 1 (1), 102. doi: 10.2307/2489847

Li, F. (2008). Annual Report Readability, Current Earnings and Earnings Persistence. Journal of Accounting Economics, 45, 221-247.

Litvin, S. W., Goldsmith, R. E., Pan, B. (2008). Electronic word-of-mouth in hospitality and tourism management. Tourism Management, 29 (3), 458–468. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2007.05.011

Loughran, T., McDonald, B. (2016). Textual Analysis in Accounting and Finance: A Survey. Journal of Accounting Research, 54 (4), 1187-1230. Doi: 10.1111/1475-679X.12123.

Marsh, T. L., Montondon, L. G., Daniels, J. (2004). Readability of Award Winning Popular Annual Financial Reports. Journal of Accounting & Finance Research, 12 (2), 32-39.

Miller, G. S., Skinner, D. J. (2015). The evolving disclosure landscape: How changes in technology, the media, and capital markets are affecting disclosure. Journal of Accounting Research, 53 (2), 221-239. https://doi.org/10.1111/1475-679X.12075

Rennekamp, K. M., Witz, P. D. (2020). Linguistic Formality and Audience Engagement: Investors’ Reactions to Characteristics of Social Media Disclosures. Contemporary Accounting Research, 38 (3), 1748-1781. https://doi.org/10.1111/1911-3846.12661

Shannon, C. E. (1948). A mathematical theory of communication. The Bell System Technical Journal. 27, 379-423, 623-656.

Shannon, C. E.; Weaver, W. (1964). The mathematical theory of communication. The University of Illinois: Urbana/ EUA.

Shen, H., Sengupta, J. (2018). Speaking about a brand connects you to it more than writing does. The Journal of Consumer Research, 45 (3), 595–614. https://doi.org/10.1093/jcr/ucy011

Smith, J. E., Smith, N. P. (1971). Readability: A Measure of the Performance of the Communication Function of Financial Reporting. The Accounting Review. American Accounting Association.

Torres, P., Augusto, M., Matos, M. (2019). Antecedents and outcomes of digital influencer endorsement: An exploratory study. Psychol Mark, 36, 1267-1276. DOI: 10.1002/mar.21274

Uzunoglu, E., Kip, S. M. (2014). Brand communication through digital influencers: Leveraging blogger engagement. International Journal of Information Management, 34, 592–602. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2014.04.007

Weaver, W. (1953). Recent contributions to the mathematical theory of communication. ETC: A Review of General Semantics, 10 (4), 261-281.

Williams, B. R. (2015). Reporting on sustainability by Australian councils–a communication perspective. Asian Review of Accounting, 23 (2), 186-203. doi:10.1108/ARA-12-2013-079.

Zhang, Y., Moe, W. W., Schweidel, D. A. (2017). Modeling the role of message content and influencers in social media rebroadcasting. International Journal of Research in Marketing, 34 (1), 100–119. https://doi.org/10.1016/j.ijresmar.2016.07.003

Downloads

Publicado

18-06-2025

Como Citar

Tiburcio Silva, C. A., & Paula Oliveira, L. (2025). A OPINIÃO DE UM INFLUENCIADOR DIGITAL SE SOBREPÕE A UM RECONHECIMENTO CONTÁBIL ESPECÍFICO?. Revista De Educação E Pesquisa Em Contabilidade (REPeC), 19. https://doi.org/10.17524/repec.v19.e3582

Edição

v. 19 (2025): Publicação Contínua

Seção

Artigos

Licença

Copyright (c) 2025 Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade (REPeC)

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 3.0 Unported License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem ou criem obras derivadas, mesmo que para uso com fins comerciais, contanto que seja dado crédito pela criação original.

b) Não cabe aos autores compensação financeira a qualquer título, por artigos ou resenhas publicados na REPeC.

c) Os artigos e resenhas publicados na REPeC são de responsabilidade exclusiva dos autores.

d) Após sua aprovação, os autores serão identificados em cada artigo, devendo informar à REPeC sua instituição de ensino/pesquisa de vínculo e seu endereço completo.