Adoção das IFRS no Brasil: Efeitos no Conservadorismo Contábil

Autores

  • Erivelto Fioresi de Sousa Professor no Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes – Campus Cariacica
  • Anderson Fioresi de Sousa Professor no Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes – Campus Centro Serrano
  • Gladyson Brommonschenkel Demonier Professor no Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes – Campus Viana

DOI:

https://doi.org/10.17524/repec.v10i2.1290

Palavras-chave:

Conservadorismo condicional, Qualidade da Informação Contábil, Convergência a Normas Contábeis Internacionais.

Resumo

O presente estudo tem como objetivo investigar o efeito da adoção das International Financial Reports Standards – IFRS no grau de conservadorismo contábil nos demonstrativos contábeis das empresas listadas na BM&FBOVESPA. Considerando que o processo de convergência as normas internacionais busca a padronização da divulgação da informação contábil e incremento em sua qualidade, buscou-se investigar os padrões de qualidade da informação contábil das empresas brasileiras após a adoção das IFRS nas fases caracterizadas pelo período de 2008, com a adoção dos pronunciamentos contábeis-CPC de 1 a 14 e a partir de 2010 com a adoção obrigatória do fullIFRS. Para tal, utilizou-se uma amostra dos demonstrativos financeiros de 320 empresas listadas na BM&FBOVESPA no período de 2000 a 2012. Como proxy de qualidade da informação, foi utilizado o atributo, conservadorismo, conforme proposto por Basu (1997) e Ball e Shivakumar (2005). Os resultados não evidenciaram alteração no grau de conservadorismo nos demonstrativos analisados.O estudo tem como objetivo investigar o efeito da adoção das International Financial Reports Standards(IFRS) no grau de conservadorismo condicional nos demonstrativos contábeis das empresas listadas na BM&FBOVESPA. Considerando que o processo de convergência às normas internacionais busca a padronização da divulgação da informação contábil e o incremento em sua qualidade, buscou-se investigar os padrões de qualidade da informação contábil das empresas brasileiras após a adoção das IFRS nas fases caracterizadas pelo período de 2008, com a adoção dos pronunciamentos contábeis (CPC) de 1 a 14, e a partir de 2010, com a adoção obrigatória do fullIFRS. Para tal, utilizou-se amostra dos demonstrativos financeiros de 320 empresas listadas na BM&FBOVESPA no período de 2000 a 2012. Como proxy de qualidade da informação, foi utilizado o atributo Conservadorismo, conforme proposto por Basu(1997) e Ball e Shivakumar(2005). Os resultados não evidenciaram alteração no grau de conservadorismo nos demonstrativos analisados.

Biografia do Autor

Erivelto Fioresi de Sousa, Professor no Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes – Campus Cariacica

Mestre em Ciências Contábeis pela Fucape Business School

Anderson Fioresi de Sousa, Professor no Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes – Campus Centro Serrano

Mestre em Ciências Contábeis pela Fucape Business School

Gladyson Brommonschenkel Demonier, Professor no Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes – Campus Viana

Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Espírito Santo - Ufes

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Publicado

12-06-2016

Como Citar

Sousa, E. F. de, Sousa, A. F. de, & Demonier, G. B. (2016). Adoção das IFRS no Brasil: Efeitos no Conservadorismo Contábil. Revista De Educação E Pesquisa Em Contabilidade (REPeC), 10(2). https://doi.org/10.17524/repec.v10i2.1290

Edição

Seção

Artigos