Investimento em Valor no Brasil: uma Aplicação Inovadora dos Critérios de Benjamin Graham para Geração de Retornos Anormais
DOI:
https://doi.org/10.17524/repec.v18i4.3346Palavras-chave:
Fundamental analysis, Benjamin Graham, Stock portfolios, Value investing, Adapted criteriaResumo
Objetivo: Este estudo teve como objetivo adaptar os critérios de Benjamin Graham para o mercado de ações brasileiro, usando uma estratégia de classificação para construir carteiras vencedoras que ofereçam retornos anormais.
Método: Coletamos dados de todas as empresas negociadas na bolsa de valores brasileira entre o 4o trimestre de 1998 e o 2o trimestre de 2020. Os critérios de Graham foram adaptados utilizando a mediana trimestral de cada indicador e por setor, e a estratégia de classificação de Greenblatt (2006) foi empregada para construir as carteiras.
Resultados: Empregamos o modelo de precificação de ativos de cinco fatores para analisar os retornos anormais das carteiras. Nossos resultados indicam que as carteiras formadas de acordo com os critérios adaptados superaram a média de mercado de forma consistente. As carteiras com 10, 20 e 30 ativos apresentaram retornos superiores aos do Ibovespa, do IBrX 100 e das LFTs, mas que a carteira de 10 ativos gerou o maior alfa.
Contribuições: Este estudo contribui com a literatura sobre investimento em valor em mercados emergentes ao adaptar os critérios de Benjamin Graham ao contexto brasileiro, com a utilização das medianas setoriais trimestrais e uma estratégia de classificação. Os resultados mostram o potencial para gerar retornos anormais, superar benchmarks, como o Ibovespa e o IBrX 100, destacar a importância de ajustes periódicos e adaptações setoriais e proporcionar insights valiosos para investidores que aplicam análise fundamentalista em mercados emergentes. Essas contribuições associam os princípios tradicionais de investimento em valor com as din
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