Análise Uma análise da contribuição econômica e social das cooperativas agropecuárias brasileiras pela Demonstração do Valor Adicionado

Autores

  • Paola Richter Londero Universidade de São Paulo
  • Lívia Maria Lopes Stanzani Universidade de São Paulo
  • Ariovaldo dos Santos Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.17524/repec.v13i3.2149

Palavras-chave:

Riqueza criada, contabilidade, econômico-social

Resumo

Objetivo: Avaliar a criação de riqueza pelas cooperativas agropecuárias brasileiras e a sua distribuição aos agentes econômicos que ajudaram a criá-la, comparando o processo com as empresas de finalidade lucrativa.

Método: As análises realizadas são provenientes da utilização de dados secundários obtidos do banco de dados do anual “Melhores e Maiores”, sendo a pesquisa classificada como archival. A amostra compreende 1.368 observações, contendo cooperativas e empresas com finalidade lucrativa listadas no Ranking das 400 maiores do agronegócio brasileiro, entre o período de 2010 a 2016. Para verificação das hipóteses, foi utilizado o teste estatístico Mann-Whitney.

Resultados: As cooperativas contribuem significativamente para a criação de riqueza no setor agropecuário brasileiro. No que tange à distribuição da riqueza criada, tanto as cooperativas quanto as demais empresas têm os colaboradores como principal grupo de destinação do valor adicionado. Ao contrário do esperado, a carga tributária suportada pelas cooperativas é estatisticamente similar à das demais organizações. Por fim, os cooperados recebem uma porcentagem do valor adicionado estatisticamente superior à recebida pelos investidores nas empresas, de modo consistente com o propósito da cooperativa.

Contribuições: As cooperativas contribuem para a economia do setor agropecuário criando e distribuindo riqueza, principalmente em momentos em que as demais organizações se encontram em estagnação.

Referências

Bannister, J. W. & Riahi‐Belkaoui, A. (1991). Value added and corporate control in the US. Journal of International Financial Management & Accounting, 3(3), 241-257.
Beaubien, L. & Rixon, D. (2012). Direction in the development of KPIs in Cooperatives. Journal of Co-operative Studies, 45(2), 5-15.
Bialoskorski Neto, S. (2012). Economia e gestão de organizações cooperativas. 2ª ed. São Paulo: Atlas.
Brown, L., Hicks, E., & Leclerc, A. (2015). The Sustainability and planning scorecard: A tool designed for and with local retail food co-operatives. In L. Brown, C. Carini, J. Gordon Nembhard, L. Hammond Ketilson, E. HIcks, J. McNamara, . . . R. Simmons, Co-operatives for Sustainable Communities: Tools to Measures Co-operative Impact and Performance. (pp. 87-117). Ottawa: Co-operatives and Mutuals Canada.
Burrell, G. & Morgan, G. (1979). Sociological paradigms and organizational analysis: elements of sociology of corporative life. London: Heinemann.
Carvalho, F. L. de. & Bialoskorski Neto, S. (2008). Indicadores de avaliação de desempenho de cooperativas agropecuárias: um estudo em cooperativas paulistas. Revista de Organizações Rurais & Agroindustriais, Lavras, 10(3), 420-437.
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). (2018). Departamento de Economia, Administração e Sociologia. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. USP - Universidade de São Paulo. Recuperado de https://www.cepea.esalq.usp.br/br/pib-do-agronegocio-brasileiro.aspx Acesso em 19 de junho de 2018.
Chaddad, F. & Iliopoulos, C. (2013). Control Rights, Governance, and the Costs of Ownership in Agricultural Cooperatives. Agribusiness: An International Journal, 29(1), 3–22.
Chan, B. L., Silva, F. L. D., & Martins, G. D. A. (2007). Destinação de riqueza aos acionistas e aos empregados: comparação entre empresas estatais e privadas. Revista de Administração Contemporânea, 11(4), 199-218.
CPC-Comitê, D. P. C. (2008). Pronunciamento Técnico CPC 09: Demonstração do valor adicionado. Recuperado de http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/175_CPC_09.pdf Acesso em 19 de junho de 2018.
Cunha, J. V. A. D., Ribeiro, M. D. S., & Santos, A. D. (2005). A demonstração do valor adicionado como instrumento de mensuração da distribuição da riqueza. Revista Contabilidade & Finanças, 16(37), 7-23.
De Luca, M. M. M. (1996). A contribuição da demonstração do valor adicionado no processo de mensuração do PIB e em algumas análises macroeconômicas. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo.
Duguid, F. (2017). Non-financial tools and indicators for measuring the impact of co-operatives. Journal Of Co-Operative Accounting And Reporting, 5(1), 40-54.
Evraert, S. & Riahi-Belkaoui, A. (1998). Usefulness of value added reporting: a review and synthesis of the literature. Managerial finance, 24(11), 1-15.
Esnard, R., Lyne, M., & Old, K. (2017). Factors affecting the value added by agricultural cooperatives in Saint Lucia: An institutional analysis. Journal of Co-operative Organization and Management, 5(2), 73-79.
Hough, P. (2015). Walking the talk: Putting co-operative principles and values into practice with the help of the Co-op Index. In L. Brown, C. Carini, J. Gordon Nembhard, L. …R. Simmons, Co-operatives for Sustainabile Communities: Tools to Measure Co-operative Impact and Performance (pp. 118 -128). Ottawa: Co-operatives and Mutuals Canada.
Hueth, B. & Reynolds, A. (2011). A lyfe-cycle perspective on governing cooperative enterprises in agriculture. Choices, 26(3).
International Co-operative Alliance (ICA, 2013). The Guidance Notes on the Co-operative Principles. Recuperado de https://www.ica.coop/en/media/library/research-and-reviews/the-guidance-notes-on-the-co-operative-principles?_ga=2.149288566.1336107640.1528822663-496140371.1524686934 Acesso em 12 de junho de 2018.
International Co-operative Alliance (ICA, 2016). Sustainability Reporting for Co-operatives. Recuperado de https://www.ica.coop/en/media/library/publications/sustainability-reporting-co-operatives-guidebook?_ga=2.249427911.1336107640.1528822663-496140371.1524686934 Acesso em 12 de junho de 2018.
Londero, P. R. & Bialoskorski Neto, S. (2016). Demonstração do Valor Adicionado como instrumento de evidenciação do impacto econômico e social das cooperativas agropecuárias. Organizações Rurais & Agroindustriais,18, 256-272.
Machado, M. A. V., da Silva Macedo, M. A., & Machado, M. R. (2015). Análise da relevância do conteúdo informacional da DVA no mercado brasileiro de capitais. Revista Contabilidade & Finanças, 26(67), 57-69.
Ménard, C. (2011). Hybrid modes of organization. alliances, joint ventures, networks, and other ‘strange’ animals. In: R. Gibbons and J. Roberts (eds.), Handbook of Organizational Economics. Princeton: Princeton University Press (Forthcoming).
Michie, J. (2011). Promoting Corporate Diversity in the Financial Services Setor, Policy Studies, 32(4), 309-23.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2017). Cooperativismo no Brasil. Recuperado de http://www.agricultura.gov.br/assuntos/cooperativismo-associativismo/cooperativismo-brasil Acesso em 12 de junho de 2018.
Novkovic, S. (2006). Co-operative business: The role of co-operative principles and values. Journal of Co-operative Studies, 39(1), 5-15.
Organização das Cooperativas Brasileiras (2016). Manual de Boas Práticas de Governança Cooperativa. Rec. de http://www.ocesc.org.br/documentos/manual_boas_praticas.pdf Acesso em 12 de junho de 2018.
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB, 2015). Relatório de Gestão. Recuperado de http://www.ocb.org.br/arquivos/RelatorioAnual/relatorio_de_gesta_ocb_2015_impresso.pdf Acesso em 25 de junho de 2018.
Pinho, D. B. (2004) O cooperativismo no Brasil: da vertente pioneira à vertente solidária. São Paulo: Saraiva.
Ribeiro, M. D. S. & Santos, A. D. (2004). A remuneração dos capitais utilizados para financiamento dos ativos de empresas distribuidoras de energia elétrica medida por meio da DVA. Brazilian Business Review, 1(1), 17-30.
Santos, A. D. (2005). DVA-Uma demonstração que veio para ficar. Revista Contabilidade & Finanças, 16(38), 3-3.
Santos, A., da Cunha, J. V. A., De Luca, M. M. M., & Ribeiro, M. D. S. (2013). A economia das empresas nos governos FHC e Lula: uma análise a partir da Demonstração do Valor Adicionado. Revista Contabilidade e Controladoria, 5(1).
Santos, A. & Hashimoto, H. (2003). Demonstração do valor adicionado: algumas considerações sobre carga tributária. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, 38(2).
Santos, A. D. (2007). Demonstração do valor adicionado: como elaborar e analisar a DVA. São Paulo: Atlas.
Schneider, J. O. (2012). A Doutrina do Cooperativismo: Análise do Alcance, do Sentido e da Atualidade dos seus Valores, Princípios e Normas nos Tempos Atuais. Revista do Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social, 3 (2), .251-273.
Server, R. & Capo, J. (2011). The interrelationship between the demands of Corporate Social Responsibility and co-operative principles and values. CIRIEC-Espana, Revista de Economia, 73, 213-232.
Silva, A. B. & Neto, J. B. (2010). Perspectiva multiparadigmática nos estudos organizacionais. In: Godoi, C. K.; Bandeira-de-Mello, R. & Silva, Anielson, B. (org). Pesquisa Qualitativa em Estudos Organizacionais: Paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva.
Rixon, D. (2013). Are co-operative principles reflected in performance reporting: A case study of insurance co-operatives. International Journal of Co-operative Management, 6(2), 77-91.
Webb, J. T. (2017). Accounting for Co-operation. Journal of Co-Operative Accounting and Reporting, 5(1), 102-115.

Publicado

02-10-2019

Como Citar

Richter Londero, P., Lopes Stanzani, L. M., & dos Santos, A. (2019). Análise Uma análise da contribuição econômica e social das cooperativas agropecuárias brasileiras pela Demonstração do Valor Adicionado. Revista De Educação E Pesquisa Em Contabilidade (REPeC), 13(3). https://doi.org/10.17524/repec.v13i3.2149

Edição

Seção

Artigos