Influência da Autoestima e Relação Orientador-Orientando nos Sintomas da Síndrome de Burnout: Evidências da pós-graduação stricto sensu em contabilidade no contexto brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.17524/repec.v15i1.2779Palavras-chave:
Síndrome de Burnout, Autoestima, Pós-graduação, Contabilidade, Relação orientador-orientandoResumo
Objetivo: O presente trabalho teve por objetivo analisar a influência da autoestima e relação orientador-orientando nos sintomas da Síndrome de Burnout em estudantes de pós-graduação stricto sensu em Contabilidade no Brasil.
Método: O estudo descritivo, de abordagem quantitativa, caracterizado como pesquisa de levantamento, tipo survey. foram utilizadas: a Escala de Autoestima de Rosenberg (1965); a escala MBI-HSS para a análise da existência de traços da Síndrome de Burnout; e a escala para avaliar as percepções de boa relação orientador-orientado desenvolvida por Silva e Vieira (2015). A população selecionada foram os acadêmicos (mestrandos e doutorandos) de pós-graduação stricto sensu na área de Ciências Contábeis no Brasil e a amostra final é composta de 141 respostas válidas. Para a análise de dados foi utilizada a Modelagem de Equações Estruturais.
Resultados: Os resultados apontam para uma influência negativa da percepção de autoestima nos sintomas da Síndrome de Burnout. Aponta-se com isso para a importância da autoestima na condução das adversidades apresentadas pelas demandas da pós graduação. Contudo, não foi encontrada influência significativa da acessibilidade e boa relação com o orientador nos sintomas da Síndrome de Burnout.
Contribuições: Como contribuições, o estudo apresenta um panorama, sobre a percepção dos acadêmicos sobre sua autoestima, relação com o orientador e os sintomas da Síndrome de Burnout, temas com pouca evidência nos programas de pós-graduação em contabilidade nacional.
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