Condicionantes da estratégia de diversificação de receitas em cooperativas de crédito

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17524/repec.v16i3.3035

Palavras-chave:

diversificação de receitas; atividades não-tradicionais; operações de crédito.

Resumo

Objetivo: Este estudo investigou os fatores condicionantes da diversificação de receitas nas cooperativas de crédito brasileiras.

Método: A pesquisa utilizou uma amostra de 482 cooperativas de crédito singulares, pertencentes aos sistemas Sicoob, Sicredi e Unicred, durante o período de 2009-2 a 2018-2. Os fatores condicionantes da diversificação foram obtidos a partir de um modelo de regressão múltipla, estimado pelo Método dos Momentos Generalizado Sistêmico.

Resultados: Mostraram-se significativos como fatores condicionantes da diversificação das cooperativas de crédito: o Retorno sobre o Patrimônio Líquido, a Margem de Juros Líquida e as Despesas Gerais. Os achados indicaram que cooperativas melhor administradas e com sobras possuem maior tendência à diversificação; que as cooperativas estariam compensando uma diminuição das suas fontes de receitas tradicionais com outras receitas não tradicionais; e que o aumento das despesas operacionais poder ter como uma de suas consequências uma maior diversificação de receitas.

Contribuições: Contribuiu-se para o entendimento de quais fatores levam as cooperativas de créditos a adotarem estratégias de diversificação de receitas, aumentando suas receitas com atividades não tradicionais. Ademais compreender as estratégias de obtenção de receitas das cooperativas é importante para as suas regiões de atuação, dado que essas instituições desempenham importante papel como agentes de desenvolvimento local.

Referências

Acharya, V. V., Hasan, I. & Saunders, A. (2006). Should Banks Be Diversified? Evidence from Individual Bank Loan Portfolios. Journal of Business, 79(3). https://doi.org/10.1086/500679

Araujo, L. M. G.; Gomes, G. M. R.; Guerra, S. M. (2011) Comparação da Eficiência de Custo para BRICs e América Latina. Working Paper Series do Banco Central. Recuperado em 07 de maio, 2019, de https://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/TD252.pdf

Banco Central Do Brasil. (2014) Plano de Ação para Fortalecimento do Ambiente Institucional: Relatório 2012-2014 / Parceria Nacional para Inclusão Financeira. Brasília. Recuperado em 10 março, 2015, de http://www.bcb.gov.br/pec/appron/apres/Relat%F3rio%20PNIF%20-%20Br.%200462.pdf .

Banco Central Do Brasil. (2017) Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo: Data-base dezembro/2017. Recuperado em 05 maio, 2019, de https://www.bcb.gov.br/pre/microFinancas/coopcar/pdf/panorama_de_cooperativas2017.pdf .

Banco Central Do Brasil. (2017) Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo: Data-base dezembro/2017. Recuperado em 05 maio, 2019, de https://www.bcb.gov.br/pre/microFinancas/coopcar/pdf/panorama_de_cooperativas2017.pdf .

Banco Central Do Brasil. (2018a) Balancetes e Balanços Patrimoniais (Transferência de arquivos) Recuperado em 07 de maio, 2019, de https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?url=https:%2F%2Fwww4.bcb.gov.br%2Ffis%2Fcosif%2Fbalancetes.asp , em 07 de maio, 2019.

Banco Central Do Brasil. (2018b) Relação de Instituições em Funcionamento no País: sedes de cooperativas de crédito sob a supervisão do BACEN, em funcionamento no país. 31 dez. 2018. Recuperado em 29 novembro, 2019, de https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/relacao_instituicoes_funcionamento .

Banco Central do Brasil. (2018c). Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo: Data-base dezembro/2018. Recuperado em 4 dezembro, 2020, de https://www.bcb.gov.br/content/estabilidadefinanceira/coopcredpanorama/9_panorama_sncc_2018.pdf .

Bialoskorski Neto, S., Nagano, M. S., & Moraes, M. B. da C. (2006). Utilização de redes neurais artificiais para avaliação socioeconômica: uma aplicação em cooperativas. Revista de Administração (USP), 41(1), 59–68. https://www.redalyc.org/pdf/2234/223417488005.pdf

Blundell, R., & Bond, S. (1998). Initial conditions and moment restrictions in dynamic panel data models. Journal of Econometrics, 87(1). 10.1016/S0304-4076(98)00009-8

Bressan, V. G. F., Braga, M. J., Bressan, A. A., & Resende Filho, M. D. A. (2010). Uma Proposta De Indicadores Contábeis Aplicados Às Cooperativas De Crédito Brasileiras. Revista Contabilidade e Controladoria, 2(3). 10.5380/rcc.v2i3.19625

Brighi, P. & Venturelli, V. (2016). How functional and geographic diversification affect bank profitability during the crisis. Finance Research Letters, 16(1). 10.1016/j.frl.2015.10.020

DeYoung, R., & Rice, T. N. (2004). Noninterest Income and Financial Performance at U.S. Commercial Banks. The Financial Review, 39(1), 101–127. https://doi.org/10.1111/j.0732-8516.2004.00069.x

DeYoung, R., & Roland, K. P. (2001). Product Mix and Earnings Volatility at Commercial Banks: Evidence from a Degree of Total Leverage Model. Journal of Financial Intermediation, 10(1), 54–84. 10.1006/jfin.2000.0305

Doan, A. T., Lin, K. L., & Doong, S. C. (2018). What drives bank efficiency? The interaction of bank income diversification and ownership. International Review of Economics and Finance, 55(July 2017), 203–219. https://doi.org/10.1016/j.iref.2017.07.019

Ferreira, M. A. M., & Braga, M. J. (2004). Diversificação e competitividade nas cooperativas agropecuárias. Revista de Administração Contemporânea, 8(4), 33–55. 10.1590/S1415-65552004000400003

Freitas, A. F. de, Amaral, I. D. C., & Braga, M. J. (2008). A influência dos riscos de liquidez e de crédito no processo de conversão das cooperativas de crédito rural em cooperativas de crédito de livre admissão: um estudo de caso. Revista de Contabilidade e Organizações, 2(4). https://doi.org/10.11606/rco.v2i4.34725

Goddard, J., McKillop, D., & Wilson, J. O. S. (2008). The diversification and financial performance of US credit unions. Journal of Banking & Finance, 32(9), 1836–1849. 10.1016/j.jbankfin.2007.12.015

Jouida, S., & Hellara, S. (2018). Diversification and target leverage of financial institutions. Journal of Multinational Financial Management, 46, 11–35. https://doi.org/10.1016/J.MULFIN.2018.06.001

Jouida, S., Bouzgarrou, H., & Hellara, S. (2017). The effects of activity and geographic diversification on performance : Evidence from French financial institutions. Research in International Business and Finance, 39, 920–939. https://doi.org/10.1016/j.ribaf.2016.01.028

Lee, C.-C., Yang, S.-J., & Chang, C.-H. (2014). Non-interest income, profitability, and risk in banking industry: A cross-country analysis. The North American Journal of Economics and Finance, 27, 48–67. 10.1016/j.najef.2013.11.002

Martins, G. A., Theóphilo, C. R. (2009). Metodologia da Investigação Científica para Ciências Sociais Aplicadas. 2. ed. São Paulo: Atlas.

Mercieca, S., Schaeck, K., & Wolfe, S. (2007). Small European banks: Benefits from diversification? Journal of Banking and Finance, 31(7), 1975–1998. 10.1016/j.jbankfin.2007.01.004

Nguyen, J. (2012). The relationship between net interest margin and noninterest income using a system estimation approach. Journal of Banking and Finance, 36(9). 10.1016/j.jbankfin.2012.04.017

Pennathur, A. K., Subrahmanyam, V., & Vishwasrao, S. (2012). Income diversification and risk: Does ownership matter? An empirical examination of Indian banks. Journal of Banking and Finance, 36(8), 2203–2215. 10.1016/j.jbankfin.2012.03.021

Pinheiro, M. A. H. (2008). Cooperativas de Crédito: História da Evolução Normativa no Brasil. (6. Ed.). Brasília: Banco Central do Brasil.

Roodman, D. (2009). How to do xtabond2: An introduction to difference and system GMM in Stata. Stata Journal, 9(1). https://doi.org/10.1177/1536867X0900900106

Sistema OCB. (2019). Anuário do Cooperativismo Brasileiro. Brasília: Sistema OCB. Recuperado em 5 fevereiro, 2020, de https://somoscooperativismo.coop.br/publicacao/53/anuario-do-cooperativismo-brasileiro-2019.

Smith, D. J., Cargill, T. F., & Meyer, R. a. (1981). Credit unions: An economic theory of a credit union. The Journal of Finance, 37(2). https://doi.org/10.2307/2327039

Soares, M. M.; & Sobrinho, A. D. M. (2008). Microfinanças: O Papel do Banco Central do Brasil e a Importância do Cooperativismo de Crédito. (2. ed.) Brasília: Banco Central do Brasil.

Stiroh, K. J., & Rumble, A. (2006). The dark side of diversification: The case of US financial holding companies. Journal of Banking and Finance, 30(8), 2131–2161. 10.1016/j.jbankfin.2005.04.030

Triviños, A. N. S. (1987). Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo.

Valor Econômico. (2018). Crédito cooperativo cresce na contramão do setor bancário. Recuperado em 10 de maio, 2019, de https://www.valor.com.br/financas/5461381/credito-cooperativo-cresce-na-contramao-do-setor-bancario

Publicado

14-10-2022

Como Citar

Vieira, L. K., Oliveira, N. G. de ., Bressan, V. G. F. ., & Francisco, J. R. de S. . (2022). Condicionantes da estratégia de diversificação de receitas em cooperativas de crédito. Revista De Educação E Pesquisa Em Contabilidade (REPeC), 16(3). https://doi.org/10.17524/repec.v16i3.3035

Edição

Seção

Artigos